Palmeiras tem postura mais agressiva no mercado da bola nesta janela de transferências
- Abner Rey
- 13 de jan.
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Atualizado: 14 de jan.

O Palmeiras segue como um dos clubes brasileiros com postura mais agressiva na busca por contratações nesta janela de transferência - período regulamentado em que clubes de futebol podem contratar, vender ou emprestar jogadores. O alviverde, que apresentou uma postura mais tímida e pouco ousada no mercado da bola nos últimos anos, mira grandes alvos para a temporada de 2025, após uma temporada sem títulos grandes e rodeada de desconfiança.
Em processo de reformulação de algumas peças importantes do elenco, o clube brasileiro já contratou dois atacantes: o primeiro deles, Paulinho, ex-Atlético-MG, que embora esteja lesionado e com previsão de retorno aos gramados somente no meio do ano, chega com peso de titular absoluto. O atacante custou 18 milhões de euros aos cofres do time (aproximadamente 115 milhões de reais). A transferência se tornou a mais cara da história das movimentações entre clubes brasileiros.
O segundo reforço é o atacante Facundo Torres, que jogava no Orlando City, dos Estados Unidos. O uruguaio custou 12 milhões de dólares fixos (aproximadamente 71,9 milhões de reais), com bônus variáveis por metas que ainda não tiveram os valores revelados.
Além dos nomes que já chegaram, o alviverde se prepara para investir mais de 20 milhões de euros (128,9 milhões de reais) mais cinco milhões de euros por metas em Andreas Pereira, meio-campista do Fulham. A negociação é vista como difícil, mas o jogador já deixou clara a vontade de jogar no clube paulista, e as negociações seguem em andamento.
Caso a contratação do meia se confirme, o total do valor investido em contratações chegará a aproximadamente 315,8 milhões de reais investidos em novos reforços. O valor não deve ser utilizado integralmente de uma só vez, e os pagamentos serão diluídos em parcelas menores.
Além das contratações já confirmadas e da proximidade com Andreas Pereira, o Palmeiras ainda segue em busca de um zagueiro e um centroavante de área, que podem elevar ainda mais o valor investido pelo clube no mercado da bola.
A busca por reforços com nomes de peso é novidade
A postura do clube alviverde no mercado, mais ousada e arriscando contratações de grandes nomes, é muito diferente dos últimos anos. O torcedor Vinicius Lourenço, de 21 anos, comenta sobre o novo perfil de contratação do verdão:
“Eu acho ótimo, é algo que eu, como torcedor, esperava há bastante tempo. Claro que tivemos ‘apostas’ que deram certo nos últimos anos, como o Aníbal Moreno, mas também muitos que não vingaram. Acho que o Palmeiras tem dinheiro suficiente para trazer jogadores vencedores e isso é muito bom para o time como um todo”, diz.
Em 2022, o clube paulista gastou aproximadamente 104 milhões de reais. Já em 2023, foram, no total, 149 milhões de reais em novos reforços. O valor subiu um pouco mais em 2024, com 193 milhões de reais gastos. O problema é que, dos oitos nomes contratados em 2024, quase nenhum vingou, e em todos os últimos anos, poucos jogadores chegaram com status de titular ou de contratação de peso.
Os jogadores contratados nos anos anteriores não eram, normalmente, reforços com nomes de peso. O atleta mais caro dos últimos anos foi o meia Maurício, ex-Internacional, que não conseguiu se firmar como titular na última temporada. Flaco Lopez, contratado por 51 milhões de reais, também é outro que não conseguiu se firmar no time titular. Após algumas recusas pelas contratações de Pedro e Gabigol, do Flamengo, o time investe pela primeira vez em nomes mais consolidados.
“As contratações de peso ajudam não só na confiança, mas também no marketing, na qualidade técnica, na experiência para passar para a molecada que sobe da base. O Palmeiras precisa de uma renovação, tem mantido praticamente o mesmo elenco ou a mesma base já faz alguns anos. Se quisermos ganhar o mundial esse ano, precisamos desse tipo de contratação”, conclui Vinícius.
Finanças e retorno técnico do time depende das categorias de base
Embora tenha mudado a postura e esteja contratando jogadores de maior impacto e valor, o clube paulista não precisou fazer grandes contratações para conquistar muito nos últimos anos; o sucesso do trabalho realizado nas categorias de base do clube, além de ter sido determinante para ganhar títulos, revelou e possibilitou a venda de jogadores promissores e deu ao Palmeiras um alívio ao caixa.
Desde 2022, o clube paulista lucra mais com vendas do que gasta com contratações de atletas. No total, foram movimentados mais de 1,046 bilhão de reais com os seguintes jogadores revelados na base do time paulista: Estêvão, Luis Guilherme, Endrick, Artur e Kevin. De 2015 a 2024, o Palmeiras lucrou aproximadamente 1,8 bilhão diretamente com a venda de atletas da base, segundo levantamento realizado pelo Globo Esporte.
A filosofia de apostar em jovens jogadores funcionou com os atletas da base, mas as contratações de jogadores não tão badalados foram muito questionadas. Richard Ríos, volante titular e cobiçado por clubes europeus, foi uma aposta do verdão, contratado do Guarani e vindo de uma temporada na Série B. Já alguns jogadores da base, como Estêvão, Endrick e Vitor Reis, além de renderem dinheiro ao Palmeiras, foram essenciais para as conquistas dos últimos títulos do clube. Outros nomes como Naves e Vanderlan ajudaram em partidas pontuais, compondo o elenco do time.
Mesmo com o sucesso da metodologia de não realizar contratações muito badaladas ou fazer investimentos grandes, o Palmeiras promete, nesta janela, não parar nos nomes pontuais de sempre e continuar com uma postura agressiva na busca por reforços.
Publicado por: Alice Rodrigues