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Gestão Landim no Flamengo: muito investimento e pouco retorno

  • Abner Rey
  • 2 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024


Foto: Reprodução/ Flamengo


O resultado do ano de 2024 para o Flamengo pode ser interpretado de diversas formas, mas certo é que o balanço, no mínimo, poderia – ou deveria – ser muito mais positivo desportivamente dentro das quatro linhas. Colecionando fracas atuações em confrontos diretos, muitos desfalques na reta final da temporada e sintomas de um planejamento futebolístico antiquado, o clube passa pelo segundo ano seguido sendo perseguido pelo fantasma da decepção.


O saldo negativo, é claro, é apenas reflexo das decisões tomadas nos bastidores pelos cartolas que compõem a gestão atual do clube. A diretoria do Mengo, em seu último ano de mandato, empilha decisões equivocadas e polêmicas dentro e fora de campo e, provando que apenas dinheiro não basta, é exemplo de má gestão e falta de profissionalismo no comando do futebol. 

Com a queda nas quartas de final da Libertadores da América, diante de um fraco Peñarol – que passaria por um grande choque de realidade na fase seguinte, ao ser massacrado pelo Botafogo, em um placar de 5 a 0 no jogo de ida – , o rubro-negro experienciou a primeira frustração do ano sendo eliminado da principal competição do continente de maneira vexatória, expondo um desalinho prático em relação à expectativa criada pela, em tese, grande capacidade do time. 


O trabalho do técnico Tite, no comando do clube desde o fim do ano passado, não suportou o peso da eliminação e teve o fim da sua passagem pela Gávea com um aproveitamento aquém do esperado. Filipe Luís, aposentado em 2023 e técnico do Sub-20 do clube, não possuía licença para treinar um time da série A até o início do ano. Com a demissão de Tite, o ex- jogador recebe a ingrata missão de comandar uma fogueira que se tornou um incêndio sem perspectiva de contenção, e assume o time principal em sua primeira experiência como técnico profissional em um clube da primeira divisão.


O nível de investimento não deixa enganar: o potencial de alcançar a glória era muito maior do que seus concorrentes, tanto na Libertadores quanto nas competições nacionais. A título de comparação, o Flamengo investiu pouco mais de R$ 250 milhões em contratações na janela de meio do ano, enquanto o Penãrol, adversário nas quartas de final da competição continental, gastou apenas 15% do investimento total de seu adversário na temporada inteira. O Atlético- MG, adversário do Flamengo na final da Copa do Brasil, investiu apenas R$ 65 milhões em contratações na mesma janela, e o resultado dentro de campo foi muito superior: chegou mais longe do que o clube carioca na Libertadores e se tornou finalista das duas competições de mata-mata mais importantes do país – Libertadores e Copa do Brasil.


O Flamengo ainda deixou o troféu do Brasileirão escorregar pelas mãos e cair no colo do Botafogo, que lidera o campeonato desde o returno e é o favorito para conquistar a Copa Libertadores diante do Galo. O planejamento do futebol deixou muitas questões não respondidas no ar: o time titular jogou em praticamente todas as partidas do Campeonato Carioca, e chegou, em meio a convocações e datas Fifa, aos trancos e barrancos no segundo semestre de 2024. O resultado não poderia ser outro: mais de quatro dos jogadores considerados titulares na temporada atual não atuam mais em 2024 por lesões, enquanto outros, como De La Cruz e Arrascaeta, não conseguem ter sequência pelo grande desgaste da alternância entre os jogos pelo clube e pela seleção uruguaia.


O reflexo do fracasso pode ser visto também no enfraquecimento do grupo político de Landim nas eleições para a presidência do próximo triênio do clube: pesquisas mostraram que Bap, opositor de Dunshee (candidato apoiado por Landim), ultrapassou o adversário nas intenções de voto. Marcos Braz, vice-presidente de futebol, que tentava o segundo mandato como vereador no Rio de Janeiro (RJ), não conseguiu se reeleger, enfrentando grande rejeição pela torcida do Flamengo.


Ainda que a gestão do atual triênio, encabeçada pelo atual presidente Rodolfo Landim, tente fazer parecer que o copo está meio cheio, a realidade é que o último ano do mandato do grupo político de Landim é desastroso, e ainda que o título da Copa do Brasil seja vermelho e preto, a sensação que fica é a de que a torcida poderia ter sido muito mais feliz com os resultados dentro das quatro linhas.




Publicado por: Alice Rodrigues


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